Graça, uma mulher: Maria das Graças; graça, no sentido de sorrir: fazer graça; graça no sentido de gratuidade: é de graça. Dia de todas as graças!
O papo do CarValho acontece hoje com a Maria das Graças.
- Alô Graça! É o Carvalho, tudo bem?
- Tudo bem. Que é que você tá querendo aprontar hoje?
- Aprontar? Talvez você tenha acertado: “aprontar”. É que hoje..., mesmo eu não sendo Maria, estou cheio de graça! Kkkk... Bem, deixa o trocadilho pra lá, vou falar sério, papo do CarValho, sacou? Criei um Blog na Internet e estou procurando não vacilar na produção dos textos. Depois você dá uma olhada lá, vou lhe passar o endereço, anote aí www...... Para a mensagem de hoje, quero sua colaboração. Vou gravar nossa conversa, depois eu transcrevo para postagem. Beleza? Gostaria que você falasse um pouco daquele assunto que conversamos outro dia - “tudo tem o seu preço, nada é de graça” – e, se quiser, conte o caso daquele seu professor que comia pão durante as aulas e você e outros colegas achavam graça.
- Pode ser. Você me ligou numa boa hora. Estava sem fazer nada, ou seja, em “estado de graça” (rss...). Bom... Chega de papo furado, vou dizer o que acho.
- Diz, Graça!
Graça continua:
- Acho que nada é de graça, alguém sempre tem que pagar a conta de uma forma ou de outra. Tudo tem seu preço. Precisamos agir com mais consciência com relação ao que queremos ou desejamos. Brincar, sorrir, fazer "gracinhas" e mesmo “conversar abobrinhas”, pode fazer bem contra o estresse, mas precisamos saber onde termina e onde começa o nosso senso de responsabilidade, sem confundi-lo com o rotulado “bom humor”. Temos que saber separar o joio do trigo.
- Ihh... Papo sério...
- O assunto é sério, sim. Por exemplo, eleger um político palhaço por brincadeira, muitos podem até achar graça e votar sem pensar nas consequências do seu ato. Eleger um político corrupto pode ser ainda pior, sem graça o custo alto que a sociedade terá que arcar. Depois de eleitos, esses políticos acham graça de quem os elegeu. Riem da ingenuidade de seus eleitores. Tem sido assim.
- Sim, tudo bem, mas deixa esse lance de políticos pra lá. Fala de outros tipos de constrangimento.
- Ok, vamos lá. Nos mais variados ambientes, trabalho, escola, atividades esportivas e sociais, o bullying acontece sem uma maior consciência do mal que pode causar. Muitos riem de outros, quase sempre os mesmos, achando a maior graça de possíveis limitações exteriorizadas pelos atores passivos. Conforme a conveniência, os “bobos da corte” também acham graça e fazem de conta que nada de ruim está acontecendo. Mas a coisa não para por aí. Nada é de graça! Tudo tem seu preço. Coisas piores podem acontecer.
- Tá bom, Graça! O papo continua sério. Conta, então, aquela história do professor pra amenizar um pouco.
- Tá legal, Carvalho! Gravando, né? Depois não vou repetir, não! Chega! Já lhe contei essa história várias vezes. Presta atenção! Tive um professor que durante a aula metia a mão no bolso do paletó e pegava pedaços de pão e colocava na boca, um atrás do outro e, além disso, falava de boca cheia (a aula era à noite e ele vinha sem jantar). Aquela atitude junto com sua fonética de idoso, porte físico do tipo baixinho e barrigudo, completava uma situação de graça, provocando risos por parte dos alunos. Era uma situação engraçada, mas nem todos riam. Os alunos de bom senso não riam. Eu não tinha bom senso e ria durante as aulas. Até que aconteceu a primeira prova, ele me deu nota insuficiente, enquanto uma colega que copiou (“colou”) a minha prova tirou nota muito boa.
- A Graça caiu na desgraça... kkkk... Também vai ridicularizar o professor...
- Ah, Car’alho!... Deixa eu contar, mesmo você brincando, penso que quer um relato sério. Vou continuar. Pois bem, achei estranha a avaliação do mestre, mas, para não delatar a colega, deixei passar como se nada de anormal eu tivesse percebido. Observei que aquela colega não ria do professor na sala de aula. Até ria depois da aula, ao comentar os trejeitos do professor com colegas, mas durante as aulas respeitava a sua presença. Nisso ela era diferente de mim. Outras provas vieram e repeti os maus resultados.
- Putz! O professor deu o troco com a arma que tinha contra você!
- Pois é, não achei certo ele agir assim, mas naquela minha situação, quase reprovada, resolvi me retratar numa conversa particular com o professor, antes da prova de recuperação. Pedi-lhe desculpas, assumi a responsabilidade pelo meu mau comportamento e, assim, consegui “neutralizar” a tal “perseguição”. Eu poderia ter recorrido a outros meios, como formalizar reclamação contra o professor, mas preferi reparar o meu erro, já que esse reparo só dependia de mim. Afinal, o que era graça pra mim, na aula, para ele não era bem assim.
- Puxa, Graça! Que lição! Na Escola a gente também aprende outras coisas além do conteúdo das disciplinas.
- Verdade. Aprendi que nem a graça, da Graça, saiu de graça! (rss...) . Ai meu Deus, que sem graça!
- Valeu, Gracinha! Esta nossa conversa já tá suficiente pro texto de hoje. Beijos.